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A importância da leitura em sala de aula para a fluência leitora

Ler por ler é atividade para se fazer na escola. Cada vez mais, professores têm valorizado as práticas de leitura em sala de aula. Atividades variadas favorecem a fluência leitora e a compreensão dos textos

Valquiria Pereira (novaescola@fvc.org.br)

Sarau e leitura dramática são boas atividades para trabalhar a fluência

 

Há atividades que propiciam a fluência leitora e que merecem espaço na escola: o sarau poético ou literário, o teatro lido ou a leitura dramática de textos e a leitura para gravação de CD. Estas atividades devem estar vinculadas a projetos ou sequências didáticas para seu desenvolvimento.

Ainda são raros os projetos didáticos cujo produto final seja somente uma atividade de leitura. É comum vermos projetos que envolvem leitura, mas o produto é sempre uma produção escrita. E esse é outro ponto importante a ser abordado: nem toda proposta de leitura precisa envolver uma proposta de escrita. Ler por ler é também atividade da escola e ler para apresentar a outras pessoas é um grande desafio.

Há práticas recorrentes de desenhos após a leitura - sejam de trechos que o aluno mais gostou, de personagens da história, de cenários ou do desfecho -, além de questões para serem respondidas a título de "interpretação do texto". As práticas de leitura se tornam chatas, sem sentido para os alunos, que preferem não ler por terem que cumprir uma tarefa posterior.

Dentre as atividades que favorecem o trabalho com fluência leitora, o sarau envolve a escolha dos textos e a preparação da apresentação, considerando um público externo. Pode contar com música de fundo, apresentações de vários grupos ou pessoas em horários alternados, e deve considerar um único gênero - por exemplo, sarau de poesias ou de contos.

A leitura dramática - também chamada de teatro lido - é a leitura em voz alta de uma obra teatral para o público e exige interpretação por meio de expressões faciais, gestos e entonação. A leitura dramática pode contar com uma direção (como em uma peça teatral), trilha sonora, figurino e até mesmo cenário ou alguns objetos de cena. Pode também ser uma leitura sem outros recursos além das falas dos personagens, marcadas por pessoas diferentes ou diferentes vozes. Os alunos podem estar sentados ou em pé, um ao lado do outro.

Outra proposta é a leitura de contos para a gravação de um CD a ser entregue para outra turma ou a uma instituição. Os alunos selecionam os textos de acordo com seus ouvintes, ensaiam a leitura e leem para a gravação, o que requer muitas idas e vindas. Gravam, ouvem, corrigem e gravam novamente, atentos ao tom de voz e às entonações dadas, podendo haver músicas de fundo ou sons de efeito.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/

 

Heróis da Mitologia Grega

Ensine a turma a utilizar os diferentes tipos de pretéritos e ao mesmo tempo forme leitores e escritores cada vez mais competentes

Objetivos 
- Compartilhar a leitura, a escuta, os comentários e os efeitos dos mitos com os colegas;
- Valorizar a leitura literária como experiência estética;
- Produzir textos escritos, planejando-os, considerando o propósito e o destinatário;
- Exercitar práticas de revisão;
- Empregar corretamente diferentes tempos verbais, fazendo uso de palavras e expressões que marcam a progressão do tempo e localizar as que estabelecem as relações de causalidade entre os acontecimentos relatados para compreender alguns de seus usos;
- Discutir os aspectos relacionados à elegância na construção textual, refletindo sobre os recursos linguísticos utilizados;
- Fazer uso progressivo dos adjetivos para caracterizar personagens, ambientes e situações.

Conteúdos

- Leitura e produção de texto
- Análise e reflexão sobre a língua e a linguagem

Anos

4º e 5º anos

Tempo estimado
25 aulas

 

Material necessário
Livros, caderno e papéis.

Desenvolvimento 
1ª etapa – Apresentação do projeto 
Compartilhe com os alunos a ideia do projeto: leituras de mitos sobre alguns heróis gregos, produção de um cartaz sobre o herói favorito e escrita de uma nova aventura sobre um dos heróis estudados.

Comece perguntando quais mitos e heróis gregos a turma conhece e se já leram ou ouviram alguma narrativa. Deixe que apresentem suas ideias, ajude-os a organizar seus conhecimentos. Se achar pertinente, registre as informações levantadas pelo grupo em um cartaz “O que sabemos sobre mitos e heróis gregos” e deixe-o exposto na sala.

Apresente as séries de leituras que serão realizadas durante as próximas aulas, comente com os alunos sobre o que são os mitos (narrativas criadas por diferentes povos para explicar uma crença sobre sua história ou sobre as forças da natureza e que - com o passar do tempo - transformam-se em algo que todos acreditam ou contam como se houvesse acontecido).

É possível que os alunos relacionem essa informação ao conhecimento que possuem sobre outras narrativas de tradição oral, como as lendas, por exemplo. Deixe que exponham suas conclusões e informe-lhes que, ao longo do projeto, essas ideias poderão ser revistas e uma nova resposta a essa questão poderá ser construída por toda a turma.

2ª etapa - Leitura de narrativas sobre heróis da mitologia grega e conversas apreciativas 
Durante algumas semanas realize leituras em voz alta de diferentes narrativas sobre heróis da mitologia grega (Orfeu, Ulisses, Aquiles, Jasão, Perseu entre outros), respeitando a linguagem do texto selecionado. Para isso, consulte o acervo da biblioteca de sua escola e procure algumas das obras indicadas na bibliografia desse projeto.

Antes de ler cada narrativa, faça uma breve apresentação do texto, para que os alunos possam levantar algumas perguntas antes mesmo de conhecer a história. Diga-lhes, por exemplo: “Hoje vou ler a história de um herói que teve uma vida gloriosa, mas que acabou morrendo cedo por causa de uma pequena fraqueza que tinha. Seu nome era Aquiles”.

Após cada leitura, abra espaço para que os alunos possam comentar suas impressões sobre o enredo e sobre a forma como o mesmo está escrito. Evite fazer apenas perguntas para verificar a compreensão do texto. Conduza a conversa sobre a leitura da forma como qualquer leitor comenta uma obra que apreciou, expressando seus gostos, suas sensações em relação aos efeitos provocados pela forma como as narrativas estão escritas, oferecendo também informações que possam ampliar a significado dos textos (por exemplo, explicando o que era um oráculo, quem eram as ninfas etc.).

Ao longo desse trabalho, converse também sobre as qualidades sobrehumanas dos personagens, as tarefas que lhes eram impostas e sobre como suas façanhas influenciavam diretamente a vida do seu povo. Ajude-os a observar de que forma esses aspectos são narrados nos textos e as palavras utilizadas para descrever os heróis.

Se quiser, organize uma agenda de leitura registrando a data das leituras, o nome das obras, os autores e o local onde as mesmas foram realizadas. Caso haja um bom acervo literário em sua escola, recomende aos alunos outras versões disponíveis na biblioteca para que possam ampliar seu repertório ao longo do trabalho fazendo leituras em casa também.

3ª etapa - Discussão e análise dos efeitos estilísticos dos adjetivos na caracterização dos heróis mitológicos 
Discuta os aspectos relacionados à elegância na construção textual, refletindo sobre os recursos linguísticos utilizados, como o efeito estilístico do adjetivo, pode ajudar as crianças a perceberem os efeitos que determinadas palavras provocam no leitor e a utilizá-las corretamente nos folhetos que produzirão. Os adjetivos podem dar um colorido especial na caracterização de personagens, ambientes e situações. Observá-los em textos bem escritos é um caminho para aprender a usá-los.

Selecione um trecho de uma das narrativas lidas, no qual o autor tenha feito um bom uso dos adjetivos e reproduza-o para a classe. Leia-o com expressividade. Em seguida, releia o mesmo trecho, suprimindo os adjetivos e questione o grupo: qual o trecho mais bonito? O que dá beleza à linguagem do trecho que você escolheu?

Retome alguma das aventuras lidas na etapa anterior e discuta a maneira como o autor caracteriza o personagem, o que informa sobre seus aspectos físicos, que outros dados nos oferece para que possamos conhecê-lo etc.

Faça um registro coletivo do personagem estudado de forma que os alunos tomem nota dos seguintes aspectos:

Versão lida:
1. Autor(a): 
2. Herói escolhido:
3. Origem do herói;
4. Aventuras vividas;
5. Principal característica e sua relação com as aventuras vividas;
6. Fraqueza(s);
7. Relação com outros personagens e deuses (familiares, amigos, inimigos);
8. Outras informações.

Em seguida, forme duplas e peça-lhes que escolham um dos heróis estudados para fazer um estudo semelhante. Caso seja necessário, providencie cópias das aventuras lidas para a sala e de outros materiais de pesquisa (textos do tipo informativo, tais como verbetes de dicionários, enciclopédias, artigos de revistas etc.) para que possam acrescentar à ficha outras informações que julgarem relevantes. Durante o trabalho, peça-lhes que atentem para a forma como os textos descrevem os personagens. Se possível, diga-lhes que copiem trechos nos quais seja possível observar a beleza da linguagem utilizada pelo autor.

É possível que mais de uma dupla escolha um mesmo herói. Nesse caso, providencie materiais de pesquisa diferentes e proponha, em um segundo momento, após a realização do estudo, que as duplas sentem e conversem sobre o que descobriram sobre seus heróis nos diferentes materiais, compartilhando as informações e ampliando seus registros.
Por fim, organize um mural para que os alunos exponham o resultado de suas pesquisas.

4ª etapa - Produção de folheto informativo sobre o herói favorito 
Após as sessões de leitura compartilhada de mitos e estudo sobre o herói favorito, proponha-lhes que, em duplas, produzam um folheto informativo com o objetivo de recomendar e promover a leitura da história desse personagem entre os demais alunos da escola.

No caso dessa proposta, o foco será divulgar o personagem e não um livro em específico, procurando deixar os alunos das outras turmas curiosos em relação à leitura das aventuras desse herói. Para isso, retome os conhecimentos dos alunos sobre as recomendações literárias, mostrando-lhes modelos já trabalhados anteriormente. Informe-lhes que, no folheto, os mesmos deverão recomendar a leitura das aventuras do herói escolhido, aguçando o interesse dos futuros leitores e, que, para isso, deverão incluir no folheto produzido uma indicação literária.

Caso julgue necessário, selecione algumas resenhas e recomendações de livros conhecidos pelos alunos e que estejam disponíveis em catálogos de editoras e sites de livrarias.

Peça-lhes que observem a forma como a mesma está organizada. Ajude-os a perceber que a mesma não apresenta todo o enredo da obra, mas oferece elementos importantes para atrair o leitor.

Em seguida, apresente modelos de folhetos que divulgam conteúdos culturais, como filmes, peças teatrais, exposições, recitais, saraus etc. Organize uma conversa sobre o propósito desse tipo de texto, perguntando-lhes que recursos utilizam para atrair o leitor (formato, cores, tipos de letras, disposição do conteúdo nas páginas), as imagens (desenhos, gravuras, colagens), a linguagem (frases chamativas, informações precisas) etc.

Retome o material de pesquisa organizado anteriormente, informando-lhes que poderão utilizar as informações ali registradas para fazer os seus folhetos. Peça-lhes que, nesse primeiro momento, façam um rascunho do material para que após leitura do professor, possam revisá-lo com base em suas observações.

Recolha os rascunhos e faça anotações que possam ajudar as duplas na elaboração dos folhetos.

Em outra, distribua material adequado para que possam produzir a versão final de seus textos.

Após a edição dos folhetos, proponha uma autoavaliação sobre as aprendizagens obtidas em relação ao trabalho sobre os heróis da mitologia grega e sobre a produção dos folhetos. Enquanto os alunos apresentam suas observações, registre-as e faça comentários sobre suas impressões acerca do processo. Por fim, organize, junto com a turma, um registro coletivo sobre essa conversa, sintetizando as aprendizagens e dificuldades percebidas no projeto, até esse momento. 

5ª etapa - Acompanhar diferentes aventuras de um mesmo herói: Os doze trabalhos de Hércules 
Relembre os textos lidos até o momento discutindo o que os alunos aprenderam sobre a mitologia grega e seus heróis ao longo desse trabalho. Em seguida, proponha a leitura das várias aventuras de um dos heróis mais famosos da mitologia grega: Hércules. Para esse momento do projeto, recomendamos uma das versões indicadas na bibliografia.

Nessa etapa, siga lendo em voz alta as aventuras do herói. Caso ache interessante, convide alguns alunos para ler alguns capítulos para os demais. Para isso, oriente-os para que preparem a leitura com antecedência, ensaiando-as, garantindo que essa possa ser uma boa experiência a ser desfrutada pelos leitores e também pelos ouvintes. Pais, demais professores, bibliotecários e outros funcionários da escola também podem colaborar com essa tarefa, ampliando a comunidade de leitores em torno da obra escolhida.

Após a leitura de cada capítulo, faça conversas apreciativas sobre as aventuras vividas pelo personagem. Novamente, evite fazer apenas perguntas para verificar a compreensão do texto. Conduza a conversa sobre a leitura da forma como qualquer leitor comenta uma obra que apreciou, expressando seus gostos, suas sensações, sobre a forma como as narrativas estão escritas, oferecendo informações que possam ampliar o significado dos textos.

Ao final da leitura de cada capítulo/aventura, organize um quadro com algumas informações levantadas nesses momentos. Elas ajudarão na realização da próxima atividade do projeto: o planejamento da escrita do 13º trabalho de Hércules.

Aventura vivida pelo herói Contra quem? Motivação Onde acontece? Como vence? Que instrumentos utiliza? Quem o ajuda? Trecho em que a linguagem utilizada pelo autor chama a atenção
               

 

6ª etapa - Reflexão sobre os diferentes recursos relacionados à temporalidade nas narrativas: uso do tempo verbal adequado e dos marcadores temporais
O tempo passado é o tempo das narrativas. O pretérito perfeito é o tempo verbal que predomina nestes textos, ao lado do pretérito imperfeito e do pretérito mais que perfeito. O pretérito perfeito indica uma ação que já aconteceu e está concluída, sem relação com o momento presente.

É esperado que ao longo desse trabalho as crianças observem o uso adequado do tempo verbal nas narrativas lidas, fazendo uso em suas produções. Para isso, é preciso chamar atenção para isso propondo com frequência atividades que os ajudem a refletir sobre essa questão, tais como:

a) Selecione fragmentos dos textos lidos nos quais apareçam diferentes pretéritos, analisando o efeito de seus usos juntamente com o grupo:

“Euristeu aprovara imediantamente a insidiosa ideia, de modo que estava todo amável e risonho quando Hércules apareceu. Fingindo não saber de nada, disse logo de começo:
- Então, Herácles? Venceu a Hidra também ou ...
- Venci-a, sim, majestade, e aqui trago a prova - respondeu o herói abrindo o saco e mostrando as horríveis oito cabeças do monstro. Falta uma, a nona, justamente a imortal. Essa tive de esmagá-la, queimá-la e enterrá-la bem fundo, com uma enorme pedra em cima. 
- Meu parabéns, Herácles! Muito prazer me dá vê-lo de novo forte e perfeito com mais um trabalho realizado. Tuas proezas justificam a fama que tens. Aqui em Micenas, o povo só fala em Herácles, só quer saber de Herácles ... E ainda ficará ainda mais apaixonado pelo grande herói, se Herácles e trouxer aqui, vivinha, a corça cirinita.
Hércules empalideceu. Sabia da fama dessa corça invencível na corrida. Mas lembrando-se de sua ‘dadeira de ideias’ e dos demais companheiros de aventura, consolou-se por dentro com um ‘Quem sabe’...” 

 


(Os doze trabalhos de Hércules, de Monteiro Lobato. São Paulo: Globo, 2012. p.82-83)

b) Remova os verbos no passado de alguns trechos dos textos lidos e proponha aos alunos que completem os mesmos fazendo as modificações necessárias para manter o sentido original.

“Como Herácles lhes __________ (barrar) o caminho, os enviados de Ergino __________ (puxar) as espadas. O sangue do herói _________(ferver). Sem hesitar, __________ (partir) para cima do séquito, espada na mão. Não __________ (tencionar) _______-los (matar), _________ (querer) apenas _______ (dar) uma lição àquela gente , para que nunca mais _____________(ousar) voltar. Acertando seus golpes com precisão, ____________(cortar) só o nariz e as orelhas dos estrangeiros.”

(Os doze trabalhos de Hércules, de Christian Grenier São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 47.)

Uma outra questão que pode ser trabalhada com os alunos ao longo das leituras realizadas é fazer com que consigam localizar e fazer uso dos marcadores temporais em seus textos. Observe como alguns deles foram empregados nesse trecho do livro Os doze trabalhos de Hércules, de Christian Grenier (São Paulo: Companhia das Letras, 2003):

“Naquela noite, os soldados que montavam guarda às portas da cidade Tebas, tinham adormecido. Um deles, Filo, apurou o ouvido.
- Acordem, companheiros, acordem! - berrou.
Um segundo depois, estavam todos de pé, alertas.Algumas semanas antes, um povo vizinho, os telebeus, haviam declarado guerra à Tebas. Anfitrião, rei da cidade, pôs-se à frente de seus exército e saiu a combatê-los. Privada de seus mais valoroso combatentes, Tebas via-se agora quase desprotegida. (p. 7-8)”


Em geral, estes marcadores aparecem no início das frases e têm a função de marcar a progressão do tempo. São exemplos de marcadores temporais: com o passar do tempo, ao anoitecer, no outro dia, ao amanhecer, há muito e muito tempo atrás, entre outros.
Para isso, uma sugestão de atividade é localizar e anotar os marcadores que aparecem ao longo dos textos lidos. Com as novas leituras, esta lista pode ser aumentada.

Outra sugestão é selecionar um das aventuras de Hércules, reproduzir cópias para os alunos e pedir que, em duplas, procurem e marquem todas as expressões que dão a ideia de tempo. Você poderá começar marcando alguns deles junto com o grupo para que possam identificá-los e, em seguida, desafiá-los a continuar a leitura, localizando os demais sozinhos.

Estas atividades têm a função de tornar observável estes elementos linguísticos típicos narrativos. Porém, o professor pode discutir este conteúdo em toda leitura que fizer durante o projeto. 

7ª etapa - Planejando a escrita de uma nova aventura de Hércules
Com base em todas as informações registradas no quadro durante a leitura dos doze trabalhos de Hércules, faça coletivamente o planejamento da décima terceira aventura do herói. Ajude-os a pensar sobre qual seria o novo trabalho encomendado pelo rei, como as características do herói poderiam ajudá-lo a vencer esse desafio, quem deveria ser vencido ou conquistado (ser sobrenatural, exército inimigo, força da natureza, um tesouro que deverá ser devolvido ao seu dono). Para pensar sobre essas questões, os alunos deverão colocar em jogo tudo o que aprenderam não somente ao conhecer a história de Hércules, mas em todas as outras narrativas mitológicas que conheceram ao longo do projeto.

Ajude-os também a definir os ambientes, os personagens, suas características e de que forma as mesmas estarão a serviço do desenrolar da trama.

Forme duplas e proponha que, com base nas ideias discutidas nessa conversa coletiva, façam o planejamento da nova aventura que irão escrever. Enquanto elaboram esse material, acompanhe o trabalho de cada grupo, observando se estão realizando a tarefa da forma esperada, se não omitiram algum elemento essencial do enredo e se existem dúvidas em relação ao planejamento.

Ao final da atividade, recolha a tarefa, faça a leitura das mesmas e, caso necessário, escreva comentários que possam ajudá-los no momento da escrita, esclarecendo aspectos que precisam ser melhorados pela dupla.

8ª etapa - Escrevendo o 13º trabalho de Hércules 
Devolva os planejamentos comentados e proponha que iniciem a produção dos textos. Enquanto escrevem, observe o trabalho das duplas e evite interrompê-los, ajudando-os apenas quando solicitarem ou quando demonstrarem dificuldades que os impeçam de escrever com autonomia. Ao final do tempo estabelecido, recolha as produções e analise os principais problemas observados nos textos dos alunos. Tome notas das dificuldades apresentadas para que possa retomá-las durante o processo de revisão do texto.

9ª etapa - Revisando alguns aspectos discursivos das produções escritas
Com base em suas anotações sobre as produções realizadas, eleja um ou dois aspectos para revisar com seus alunos. Se quiser, transcreva trechos das produções nos quais seja possível observar diferentes maneiras de resolver encontradas pelos alunos, assim como os problemas mais recorrentes, tais como:
1. Manutenção do narrador;
2. Uso do discurso direto e indireto;
3. Emprego dos verbos no passado;
4. Concordância verbal e nominal;
5. Uso dos verbos de dizer;
6. Uso dos marcadores temporais;

Discuta com a turma de que maneira os trechos selecionados por você poderiam ser melhorados e de que formas os problemas apresentados poderiam ser resolvidos. Faça essa revisão coletivamente, fazendo as alterações junto com o grupo, buscando sempre a melhor forma de escrever o trecho analisado.

Para apoiar ainda mais essa discussão, selecione trechos dos contos lidos até o momento e mostre aos alunos de que forma os autores lidaram com problemas semelhantes. Em seguida, faça um registro coletivo de algumas dicas/ recursos que poderão ser utilizados pelo grupo ao se depararem com essas dificuldades em seus textos.

Devolva as produções para cada dupla e peça-lhes que observem as questões discutidas nessa aula, fazendo as alterações necessárias em seus textos.

Ao final desse trabalho de revisão, corrija as demais questões que não foram objeto de reflexão nessa aula (inclusive as ortográficas).

Por fim, organize sessões de leitura nas quais cada uma das duplas possa compartilhar a aventura que escreveram com os demais colegas da classe.

Avaliação
Proponha um momento de reflexão e retomada de todo o trabalho realizado, levante com os alunos todo o conhecimento construído ao longo do projeto, as maiores dificuldades, as etapas das quais mais gostaram, as aprendizagens que poderão ser utilizadas em outros contextos, como o uso dos diferentes pretéritos. Por fim, faça sua avaliação geral, comentando suas impressões sobre o percurso e as aprendizagens obtidas e percebidas por você ao longo do projeto.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1